• segunda-feira, 9 de abril de 2012

    Basílica de Santa Maria sopra Minerva

    Palco de importantes acontecimentos históricos, essa igreja proporciona um feliz encontro entre teologia e arte, o qual remete o peregrino para a harmonia e a contemplação do sobrenatural.
    É reconhecidamente muito difícil alguma obra de arte conseguir destacar-se em Roma, a cidade por excelência dos grandes monumentos históricos e artísticos. O conjunto arquitectónico de Santa Maria sopra Minerva se sobressai, sendo ponto de atração para todos os peregrinos e turistas de passagem pela Cidade Eterna.
    A origem da Basílica
    Remonta ao ano de 1266, quando o Vigário do Papa em Roma confiou a igreja aos dominicanos. Era uma igreja pequena, que se chamava Santa Maria in Minerva. Alguns anos depois, em 1280, os dominicanos deram início à construção do convento e da grandiosa basílica gótica, que passou a chamar-se Santa Maria sopra Minerva.
    Por que essa mudança do nome?
    A primitiva igreja se chamava “in Minerva” porque estava ao lado do antigo templo de Minerva. Mas a basílica atual ocupa toda a área do templo, já que sua construção exigiu que o mesmo fosse demolido. Assim, a igreja passou a chamar-se “sopra Minerva”. Em português, “sobre Minerva”. Mas esse título não se refere apenas a uma realidade topográfica, como crêem muitos. Os dominicanos deram o nome de “sopra Minerva” para aludir, sobretudo, à vitória de Maria sobre o culto pagão da deusa Minerva.
    Palco de importantes fatos históricos
    Dois Conclaves foram realizados nessa igreja. Com efeito, os cardeais se reuniram em duas ocasiões na sacristia da igreja, e ali elegeram os Papas Eugênio IV, em 1431, e Nicolau V, em 1447. É famoso também o fato ocorrido com Galileu. Durante vários anos esteve estabelecida aqui a Inquisição, e assim, quando Galileu foi convidado a explicar suas teorias ao Santo Ofício, para lá se dirigiu. Ainda se conserva a sala na qual ele — segundo a lenda, pois não é um fato histórico — pronunciou a conhecida frase: “No entanto ela [a terra] se move”.
    Inúmeros Santos iluminaram com sua presença a história de Santa Maria sopra Minerva. Muitos estiveram nela como peregrinos, pois todos aqueles que vêm à Cidade Eterna visitam a igreja. Alguns, porém, tiveram uma relação especial com a basílica. São Pio V foi o seu primeiro cardeal titular. São Felipe Néri costumava vir cantar o ofício com os frades. Santo Afonso de Ligório aqui foi sagrado bispo. Santo Antonino de Florença e o Beato Raimundo de Cápua foram priores do convento. Entretanto dois que vieram à basílica e nunca mais se foram: Santa Catarina de Siena e o Beato Fra Angélico. Santa Catarina de Siena, doutora da Igreja, padroeira da Itália e da Europa, morou numa casa aqui perto, frequentando diariamente a igreja. Como ela era terciária dominicana, ao morrer foi enterrada nela. Sua sepultura se encontra debaixo do altar-mor. O Beato Fra Angélico — pintor, místico e padroeiro dos artistas — foi chamado pelo Papa a Roma para decorar a Basílica Vaticana e os Palácios Apostólicos. Durante esse período, habitou no convento, pois ele era frade dominicano. A morte o colheu nesse período, e por isso foi enterrado na basílica.
    Mensagem que Santa Maria sopra Minerva transmite ao peregrino
    A teologia e a arte proporcionam nesse templo um feliz encontro, que remete o peregrino à harmonia e à contemplação do sobrenatural. Por outro lado, a presença de Santa Catarina e do Beato Angélico, uma leiga e um artista, constituem dois importantes exemplos para a Igreja de hoje, na qual o Espírito Santo suscita tantos carismas leigos, que se servem da arte como forma de evangelização. Essa mensagem é muito importante, sobretudo para a Europa de nossos dias, que fecha os olhos para suas raízes cristãs. E por esta razão é conveniente que todo peregrino que venha a Roma visite Santa Maria sopra Minerva, para poder receber e compreender essa mensagem.

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