• sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

    Mundialmente famoso, a visita ao Museu dos Coches de Lisboa representa uma verdadeira viagem por um período áureo da civilização ocidental.





    Na primaveril manhã de 23 de maio de 1905, a Rainha D. Amélia de Orleans e Bragança, trajando vestido de gala, acompanhada de seu esposo, o Rei D. Carlos I, inaugurava o Museu dos Coches Reais, instalado no antigo Picadeiro Real, em Belém, Lisboa.


    Essa oportuna iniciativa de D. Amélia dotou a Capital lusa de uma excepcional coleção de coches pertencentes à Coroa portuguesa, fabricados desde o século XVII até finais do século XIX.


    Quando da implantação da República, em 1910, o acervo do Museu foi enriquecido com outros veículos, não só da Coroa, mas também do Patriarcado de Lisboa e de algumas casas nobres
    portuguesas.


    Desejosos de admirar o belo, anualmente a ele acorrem cerca de 300 mil visitantes, para ver a mais importante e valiosa coleção de viaturas reais de todo o mundo.


    Quem percorre o Museu Nacional dos Coches se encanta com a harmoniosa combinação do útil aliado ao ornato. Entendiam os homens de então que os objetos de uso deveriam atender não apenas ao aspecto prático, à comodidade do corpo, mas sobretudo alimentar o espírito com dignidade e beleza, chegando mesmo ao esplendor em matéria de forma e de requinte. No fundo, era a procura de transformar a terra em algo à maneira do Paraíso.Em outras palavras, eles corresponderam às graças recebidas no Batismo e foram dóceis ao conselho do Divino Mestre: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”.


    E por isto tiveram almas capazes de engendrar essas maravilhas.




    Berlinda de D. Maria I, coche da Embaixada ao Papa Clemente XI,
    todos os dois do séc. XVIII. Os veículos desse século
    são os mais ricos em detalhes
    esculturais e de decoração.Tanto no
    coche quanto na berlinda, a cabine
    dos passageiros é suspensa por
    meio de fortes correias de couro.





















    Não só veículos de transportes podem ser vistos no Museu dos Coches. Ao lado, dois timbales da “Charamela Real” e três tabardos (túnicas dos “Reis de Armas”) feitos de brocado vermelho agaloados a ouro, com aplicações de prata dourada representando castelos heráldicos.











    Este é um dos coches mais antigos do Museu. Foi utilizado pelo Rei Felipe II, da Espanha, no século XVI. De linhas predominantemente retilíneas, é revestido de veludo e damasco no seu interior; exteriormente, tem revestimento de couro e pregaria.





    Um dado curioso de se observar para quem vai visitar o Museu dos Coches: encontram-se expostas ao público duas berlindas destinadas a conduzir a imagem peregrina da Virgem na
    tradicional procissão de Nossa Senhora do cabo Espichel, em Lisboa.



    Nesta esplêndida coleção, não poderiam faltar as liteiras, caixas com dois ou quatro assentos, sem rodas, carregadas por duas mulas. Era o veículo ideal para eslocamentos nas estreitas ruas das cidades de outrora, bem como para viagens de longa distância por caminhos difíceis.













    Coche da Coroa, séc. XVIII. Além do inestimável valor artístico, todos os coches têm elevado valor monetário. Este, usado pelo Rei D. João V, se sobressai por seu grande luxo.














    Duas alas de coches alinhados no Salão Nobre do Museu. Esses veículos de grande esplendor eram destinados a pessoas da Família Real e altas personalidades da Corte. Sua capacidade normal é de quatro passageiros. Sua cabine é de madeira, revestida internamente de veludo, damasco ou algum outro tecido precioso; no exterior, adornados por revestimento de couro com pregaria, pinturas, esculturas ou vários outros tipos de ornamentação artística.

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