• terça-feira, 20 de março de 2012

    A guarda Suiça

    A  G U A R DA  S U Í Ç A
    No dia 6 de maio, a Guarda Suíça realiza uma cerimônia de extraordinária beleza, na qual os novos recrutas juram defender o Papa até a morte.

    A origem da Guarda Suíça Pontifícia remonta ao ano de 1506, quando o Papa Júlio II trouxe a Roma uma companhia de soldados helvécios que, por sua fidelidade, força de ânimo e nobres sentimentos, eram considerados invencíveis.
    Tendo como missão a defesa da pessoa do Sumo Pontífice e do Palácio Apostólico, esse corpo militar marcou presença, desde então, em todas as vicissitudes pelas quais passou a Santa Sé.
    Do sacrifício nasce a glória
    Seu momento de maior glória foi, sem dúvida, o dia 6 de maio de 1527, quando as tropas do Imperador Carlos V invadiram Roma, com o fito de tomar o Vaticano e prender o Papa.
    Formando um bloco compacto junto ao obelisco da Praça de São Pedro, os Guardas Suíços opuseram enérgica resistência. Mas a enorme superioridade numérica dos invasores os repeliu até dentro da Basílica Vaticana, e os últimos suíços morreram combatendo nas escadarias do Altar da Confissão. Dos 189 guardas, sobreviveram apenas os 42 que haviam sido destacados para acompanhar o Papa em seu refúgio no Castelo Sant’Ângelo.
    Esse glorioso 6 de maio é celebrado todos os anos.
    Cerimônia de juramento
    
    Embora tradicionalmente composta por soldados helvéticos, a Guarda Suíça está aberta a todos os povos. Na foto, DhaniBachmann, primeiro recruta não-branco, levanta os três dedos da mão, símbolo da Santíssima Trindade, durante a cerimônia de juramento. Nascido na Índia, Bachmann foi adotado por uma família suíça quando tinha cinco anos de idade.
    
    Nesse dia, em cerimônia de extraordinária beleza, são admitidos os novos recrutas da Corporação.
    Inicialmente, o Capelão da Guarda lê em voz clara e pausada o texto do juramento:
    “Juro servir fiel, leal e honradamente o Sumo Pontífice e os seus legítimos sucessores, como também dedicar-me a eles com todas as forças, sacrificando, se necessário, a vida em sua defesa.
    “Assumo este mesmo compromisso no quanto se refere ao Sacro Colégio Cardinalício, no período da Sede vacante. Prometo, também, ao Capitão Comandante e aos meus superiores, respeito, fidelidade e obediência. Eu o juro.
    “Que Deus e nossos Santos Padroeiros me assistam.”
    Terminada a leitura, os novos recrutas são chamados um a um, e avançam, com passo decidido, até o Capitão Comandante. Com um movimento enérgico, cada qual agarra a bandeira da Guarda e — com a mão direita levantada, tendo três dedos abertos, como símbolo da Santíssima Trindade -— confirma em voz alta o juramento feito.
    O Santo Padre se confia a Vós
    Após a cerimônia, os novos recrutas têm a graça de serem recebidos pelo Santo Padre, o qual lhes dirige paternais palavras de incentivo e gratidão. Em seu primeiro discurso aos novos recrutas, no dia 7 de maio de 1979, João Paulo II assim se manifestou:
    “Nesse primeiro encontro com os jovens recrutas da Guarda Suíça, já ligados à pessoa do Papa com o juramento prestado ontem, quero dizer-vos, caros filhos, quanto estou contente por já poder contar verdadeiramente convosco.
    “Vós tendes o encargo de velar pelo Santo Padre; pois bem, o Santo Padre se confia a vós com toda a tranqüilidade!”
    Para uma nobre missão, um simbólico uniforme
    Há cinco séculos que a responsabilidade e a glória de zelar pela segurança do Vigário de Cristo transformaram a Guarda Suíça num símbolo de fidelidade ao Papado e de heroísmo a serviço da Igreja.
    O uniforme da Guarda foi desenhado por Michelangelo. Digno e alegre, chama agradavelmente a atenção, recorda o esplendor das antigas cortes européias e simboliza a beleza moral inerente à elevada finalidade dessa corporação militar: custodiar e proteger o Santo Padre.

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