Não há um brasileiro
que, ao escutar comentários a respeito da Bahia, não experimente a sensação de
ter ouvido algo semelhante a uma melodia tocada por um afinado instrumento
musical. Vem-lhe à mente, de imediato, a idéia da Bahia dos sonhos, das
poesias, dos maravilhosos panoramas marítimos; a Bahia dos oradores, dos
literatos, de mil coisas! A Bahia de um glorioso passado, porque ela traz
consigo toda uma história de fé católica heróica, perseverante, vitoriosa.
É um Estado repleto
de belezas, com suas características que encantam a todos, com suas
baianas idosas, o seu falar cantante, suas
pitorescas ladeiras, sua gastronomia célebre, seus monumentos e
artes admirados por gente do mundo inteiro . E esse charme da Bahia, mais
do que em seus cenários e tesouros artísticos, reflete-se na alma do seu povo,
herdeira de uma tradição cristã que escreveu uma das mais esplendorosas páginas da história de
nosso País.
Com efeito, quando
foi preciso que o Brasil afirmasse sua
unidade de fé e seu patriotismo face ao
invasor estrangeiro, soube a Bahia
abraçar a missão de se erguer e defender tais valores. Coragem e denodo
católicos que se coadunam de modo esplêndido
com suas riquezas naturais e aquelas engendradas pelo talento de seus filhos.
Bahia florida,
poética, retórica, eu a contemplei nas suas igrejas, nos seus conventos, em suas ruas estreitas e
calçadas, nas rendas e nos coloridos dos trajes, das fachadas das casas, nas
suas praias que estão entre as mais
espetaculares da Terra.
Sobretudo falo dessa
Bahia antiga, remanescente de um Brasil anterior à Revolução Francesa, e que ainda conserva algo do que se poderia chamar o
Ancien Régime brasileiro .
É essa Bahia, mais
que a do progresso atual, que se deve compreender, amar e por ela ter
entusiasmo, pois faz resplandecer melhor
sua alma católica . Essa alma que,
em seus maiores dias, não hesitou
em manifestar um
intenso amor a Deus, acima de todas as coisas neste mundo.
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