Nosso
Senhor Jesus Cristo é o modelo de tudo quanto há de bom, grandioso e belo no
mundo. Se Ele não tivesse existido ou não fosse Deus, a vida terrena seria algo
tão fútil e vazia, uma mera sucessão de deleites alternados com sofrimentos
que, em última análise, não se encontraria nela razão autêntica para ser
vivida.
Se esse
princípio é verdadeiro, devemos reconhecer que a Santa Igreja Católica é o
espelho perfeito de seu Fundador, o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim,
se alguém desejar sentir um pouco da impressão que teria ao ver a face sagrada
do Divino Redentor, pode fazê-lo ao perceber os movimentos de sua alma ao
contemplar as maravilhas engendradas pelo espírito católico ao longo dos
séculos da Civilização Cristã.
Pode
percebê-lo ao admirar uma catedral gótica, uma grande pompa litúrgica, um
estupendo órgão tocando composições sacras, um coro cantando músicas
gregorianas, ou assistindo a uma emocionante celebração eucarística, com um
clero piedoso e um povo fiel. Podemos pensar numa encantadora comemoração de
Natal na Catedral de Reims, de Amiens, de Colônia, ou de Bourges, em meio às
mil coruscações de velas acesas, espargindo cintilações sobre as colunas de
pedra e os vitrais recolhidos nas suas ogivas, na abençoada noite natalina.
Semelhantes
sensações teria essa alma diante de incontáveis outros monumentos e obras da
Cristandade, próprios a suscitar no coração humano aquela impressão que lhe
causaria a visão da face adorável de Nosso Senhor Jesus Cristo. Porque,
repetimos, todas as belezas e riquezas da Igreja e da civilização por ela
inspirada, irradiam-se da figura do Filho de Deus e n’Ele encontram sua
incomparável matriz. Ele é a alma de envergadura infinita que foi e continua
sendo a autora de todas essas maravilhas, através dos séculos. E não
compreender essa verdade, não perceber os sentidos últimos dessa unidade
sublime que unge e explica todos os aspectos belíssimos da Igreja, é ter
compreendido pouco ou não ter compreendido nada da mesma Santa Igreja Católica
Apostólica Romana...
Plinio
correa de Oliveira - Extraído de
conferência em 30/3/67
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